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JULHO DAS PRETAS QUE ESCREVEM NO DF, idealizado por jornalista de CG, realiza 2ª edição dia 23

PRETAS

O Julho das Pretas que Escrevem no DF chega à segunda edição com uma novidade especial: o encontro vai fazer parte da programação do Festival Latinidades e ocorre no sábado, 23 de julho, de 16h às 19h, no Espaço Literário Maria Firmina dos Reis, Anexo II do Museu Nacional. O tema deste ano é: Existimos. Você nos vê, nos lê?

A ideia é reunir as escritoras para exaltar sua produção literária e/ou editorial, em um encontro informal, que prevê sarau, rodas de conversa, exposição e venda de livros. As participantes também vão apresentar poemas inéditos exaltando Maria Firmina, considerada a primeira romancista brasileira, cuja obra ficou desconhecida por décadas.

O encontro busca aproximar as pretas que escrevem no DF, propiciando a oportunidade de que se conheçam, se reconheçam e às suas obras e projetos, fomentando as trocas e as atividades em rede. Por outro lado, propõe uma visibilidade maior do seu trabalho para o grande público, para evitar novos apagamentos, silenciamentos e esquecimentos, a exemplo do que aconteceu com a própria Maria Firmina dos Reis.

No ano passado, quando estreou na Banca da Conceição, em Brasília/DF, três artistas negras vivas e residentes no DF foram homenageadas. Desta vez, na perspectiva de uma linha do tempo, as laureadas são Cristiane Sobral, Nanda Fer Pimenta e tatiana nascimento.

A idealizadora do encontro, a escritora e jornalista paraibana radicada em Brasília, Waleska Barbosa, explica que as duas participaram da primeira edição do evento e respondem por produções profícuas, além de terem uma vida dedicada à palavra e à militância antirracista por meio da literatura, ainda que tenham idades diferentes.

Passos que vêm de longe

“As mulheres pretas, de variadas faixas etárias e identidades de gênero, sabem que honram as ancestrais ao exercer sua arte, singrando os caminhos abertos pelas que vieram antes, alimentando o presente e construindo o futuro para quem vai chegar, afinal, nossos passos vêm de longe e irão mais longe ainda”, afirma.

Waleska também exalta a parceria com o Festival Latinidades, ao dizer que é uma grande honra poder estar em um espaço construído com tanta beleza, entrega e coletividades, pelas mãos condutoras de Jaqueline Fernandes. “Ainda temos essa data simbólica, que são os 15 anos do Latinidades e os trinta da instituição do Dia da Mulher Afro Latino Americana e Caribenha. São muitos motivos para comemorar no sentido do bem viver, do existir, para além do resistir”, completa. 

Em 2021, cerca de trinta escritoras participaram do encontro e a ideia é que se número aumente ano a ano. A participação é voluntária e interesse em compor o encontro pode ser manifestado no perfil do Instagram. Um chamamento público também será aberto em para facilitar que novas integrantes possam fazer parte.

Homenageadas

Cristiane Sobral

É carioca e vive em Brasília. Multiartista, é atriz, escritora e professora de teatro. Bacharel em Interpretação, licenciada em Teatro e Mestre em Artes (UnB). Tem 11 livros publicados. Em 2019 palestrou sobre literatura negra em nove universidades estadunidenses inclusive Harvard. Nesse ano, foi jurada do Prêmio Jabuti, categoria contos. Dirigiu por 17 anos a Cia. Cabeça Feita. Atuou em teatro, também no cinema e em peças publicitárias. Publicou as dramaturgias Uma Boneca no Lixo e Esperando Zumbi, espetáculo mais recente. A peça conquistou o 1º lugar no FFF Festival Frente Feminina, DF. Fez também temporada em Moçambique, Maputo, Brasília e Belo Horizonte e foi publicada na Antologia de Dramaturgia Negra (Funarte).

Nanda Fer Pimenta

É poeta, performer, escritora e estudou Licenciatura em Artes Cênicas pela UnB. Natural de Canavieiras-BA, residente em São Sebastião-DF. A partir de uma apreensão e expressão multissensorial, aborda percepções existenciais e políticas sobre ser mulher negra. Um panorama de sua produção poética está presente em seu primeiro livro, Sangue (Padê Editorial, 2018) e ganhador do Troféu Dente de Ouro – Dente Feira de Publicações (2018). Em 2022, lançou Dengo, em produção independente. Também é fashion designer e sócia-fundadora da Boom Alternativa, empreendimento voltado ao desenvolvimento, divulgação e comércio de moda urbana em diálogo com produção artística autoral e contra-hegemônica.

*Com informações da Assessoria de Imprensa