O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, e a deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) protocolaram um abaixo-assinado que já reúne cerca de 400 mil assinaturas online para pedir a cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O parlamentar, que está nos Estados Unidos desde março, é acusado de articular sanções contra o Brasil para tentar proteger o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, de processos no STF.
Segundo Lindbergh, mesmo com dois pedidos de cassação já apresentados, o Conselho de Ética da Câmara não abriu investigação. “Ele não tem falta, as faltas são descontadas. Está nos EUA, lutando contra o Brasil”, criticou em vídeo nas redes sociais nesta quarta-feira (17). O deputado afirma que Eduardo se beneficia de uma “maracutaia”, já que líderes partidários não precisam registrar presença em sessões.
Para aumentar a mobilização, Fernanda Melchionna criou em seu site oficial a página “Fora Eduardo Bolsonaro”, onde o abaixo-assinado pode ser acessado. A expectativa é que os parlamentares se pronunciem ainda nesta quarta-feira (17), reforçando o apelo para que a Câmara analise o caso.
Caso Eduardo Bolsonaro seja confirmado como líder da minoria na Câmara, deixará de ser obrigado a justificar ausências, o que, na avaliação da oposição, representa uma forma de blindagem política. A estratégia, segundo Lindbergh, mina os mecanismos de controle e enfraquece a cobrança por responsabilidade parlamentar.
O episódio acirra o clima político em Brasília, já que a cassação por excesso de faltas é prevista no regimento da Casa. Para a oposição, permitir que Eduardo continue sem prestar contas seria um grave precedente, especialmente diante da acusação de ter trabalhado contra os interesses do próprio país.