É oficial. Após duas semanas de intensas negociações, embates e tensões, o novo acordo climático, chamado de Pacto Climático para Glasgow, foi aprovado pela COP26 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas). A decisão foi anunciada há pouco, nesta tarde de sábado (13/11) pelo presidente da Conferência, Alok Sharma. Estavam presentes na aprovação do texto aproximadamente 200 países. Eles se comprometeram a acelerar a luta contra a mudança climática e esboçar as bases de um futuro financiamento do plano. No entanto, não houve garantia de limitar o aumento da temperatura mundial em +1,5º C.
O documento não define uma data exata nem valores. “O que este texto está tentando fazer é tapar buracos e iniciar um processo”, especialmente em relação às finanças para adaptação, ou seja, para se precaver diante do que pode acontecer no futuro, explicou Helen Mountford, do World Resources Institute. O texto “é tímido, é fraco e a meta de 1,5ºC mal está viva, mas dá um sinal de que a era do carvão está acabando. E isso é importante”, reagiu Jennifer Morgan, diretora executiva do Greenpeace.
Nas redes sociais, o perfil oficial da COP26 anunciou o acordo, mas deixou claro que será preciso comprometimento para cumpri-lo. “O Pacto Climático de Glasgow foi acordado, mas ele só sobreviverá se as promessas forem cumpridas e os compromissos se traduzirem em ações rápidas”, diz o anúncio.
O texto final foi considerado, por Alok, como “não perfeito, mas sólido para iniciar as mudanças necessárias”. Pela primeira vez, o acordo aponta explicitamente para os combustíveis fósseis, principalmente o carvão, que é o maior contribuinte individual para as mudanças climáticas.
Em todas as 25 COPs anteriores a deste ano, nenhum acordo mencionou carvão, petróleo ou gás, ou mesmo combustíveis fósseis em geral, como impulsionadores – muito menos a principal causa – da crise climática. Por esse motivo, as promessas de buscar alternativas do uso desses recursos foram o principal ponto de embate entre as nações.