A ciência entra em 2026 marcada por avanços tecnológicos, novas fronteiras espaciais e desafios políticos. Segundo a revista Nature, o próximo ano deve consolidar o uso da inteligência artificial no trabalho científico, ampliar a exploração da Lua e de outros planetas e trazer descobertas inéditas sobre o interior da Terra. Ao mesmo tempo, o cenário político internacional, especialmente nos Estados Unidos, pode continuar impactando o financiamento e a produção científica. Confira cinco tendências que devem marcar a ciência em 2026:
1. IA cientista ganha força
Após os grandes avanços de 2025, o uso de agentes de inteligência artificial no campo científico deve se expandir ainda mais em 2026. Esses sistemas integram grandes modelos de linguagem (LLMs) para auxiliar na formulação de hipóteses, análise de dados e desenvolvimento de pesquisas.
O desafio, porém, está no alto custo de treinamento e na necessidade de grandes volumes de dados. A tendência para o próximo ano é o surgimento de modelos menores, mais baratos e altamente especializados, capazes de resolver problemas específicos com maior eficiência.
2. Aumento do tráfego lunar
A Lua volta a ocupar papel central na agenda científica e espacial. Em 2026, está prevista a missão Artemis II, da Nasa, que levará quatro astronautas para um voo de dez dias ao redor do satélite natural, a bordo da espaçonave Orion. O objetivo é preparar o terreno para a Artemis III, que pretende colocar humanos novamente em solo lunar em 2027.
A China também avança nesse cenário com a missão Chang’e-7, planejada para explorar o polo sul da Lua. O país pretende levar seu primeiro astronauta ao satélite até 2030.
3. Olhos voltados para outros planetas
A exploração do espaço profundo também promete novidades. O Japão planeja lançar a missão Martian Moons eXploration (MMX), que visitará as duas luas de Marte e coletará amostras de sua superfície.
Já a Agência Espacial Europeia (ESA) deve lançar, no fim de 2026, o satélite PLATO, equipado com 26 câmeras para investigar exoplanetas com temperaturas favoráveis à existência de água líquida.
4. Perfuração até o manto da Terra
No campo das ciências da Terra, a China iniciará a primeira expedição científica do navio de perfuração oceânica Meng Xiang. A embarcação irá coletar amostras de até 11 quilômetros de profundidade, alcançando a transição entre a crosta oceânica e o manto terrestre. A missão pode revelar informações inéditas sobre a formação do assoalho oceânico e a dinâmica das placas tectônicas.
5. Impactos do segundo ano de Trump
O cenário político também segue como fator de influência na ciência global. Em seu primeiro ano de retorno à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump promoveu cortes no financiamento científico, enfraqueceu políticas de imunização e adotou medidas que restringiram a mobilidade de estudantes e pesquisadores estrangeiros.
De acordo com a Nature, a expectativa é que as polêmicas e a reversão de políticas científicas consolidadas continuem ao longo de 2026, gerando incertezas para universidades e centros de pesquisa.
*Da Redação do BOA NOTÍCIA PB com informações do portal OLHAR DIGITAL