O curta-metragem Rafameia (2020), dirigido pelas cineastas Mariah Teixeira e Nanda Félix e financiado pela Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), é um dos cinco filmes brasileiros selecionados para exibição na segunda etapa da 50ª edição do Festival Internacional de Cinema de Roterdã.
A priori, esta estreia internacional do filme será on-line, entre os dias 2 e 6 de junho. Mas pode ser que ocorram projeções presenciais também, em cinemas ao ar livre, a depender dos protocolos sanitários holandeses no período, em virtude da pandemia da Covid-19.
“O edital está em sua quarta edição. As contribuições para o setor em João Pessoa são muitas. Assim que as duas parcelas, uma de R$ 800 mil e outra de R$ 400 mil, forem quitadas, o lançamento do próximo será imediato”, afirma o diretor da Divisão de Audiovisual da Funjope, Paulo Roberto.
No curta de 24 minutos, produzido pela Besta Fera filmes, as diretoras questionam quais os limites que um corpo feminino precisa evocar cotidianamente, criando ambientações em que este corpo está em constante tensão.
A personagem Carmem, após receber um entregador de máquinas de lavar em casa e nisso vivenciar uma situação incômoda, passa a entender os limites entre seu corpo, bem como os de outras mulheres e a cidade a partir de um novo ângulo.
O filme foi gravado em outubro de 2018, no Centro de João Pessoa, com apoio da terceira edição do edital Walfredo Rodriguez de Produção Audiovisual/2016-2017 da Funjope, que destinou R$ 3,6 milhões para o financiamento de 14 filmes, entre curtas, telefilmes e longas.
Rafameia já foi exibido no Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, no Desver – Festival de Cinema Universitário do Mato Grosso do Sul, na III Mostra de Cinema Walfredo Rodriguez e na Mostra A Tela é Delas, da Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc), em João Pessoa.
Outros filmes – Também passaram pelo pente fino da triagem da 50ª edição do Festival Internacional de Cinema de Roterdã os longas-metragens brasileiros Capitu e o Capítulo (2021), de Júlio Bressane; Lutar, Lutar, Lutar (2021), de Sérgio Borges e Helvécio Marins Jr.; A Felicidade das Coisas (2021), de Thaís Fujinaga; e o curta-metragem Veronica (2020), de Talita Caselato.
Na primeira etapa do festival holandês, que aconteceu entre 1º e 7 de fevereiro, o Brasil foi representado pelos filmes Carro Rei (2021), de Renata Pinheiro, e Madalena (2021), de Madiano Marcheti. O diretor libanês Pascal Tagnati destacou-se com I Comete – A Corsican Summer (2021), ao receber o prêmio especial do júri.
Neste ano, a programação foi dividida em duas etapas, por conta da pandemia da covid-19 e das comemorações pelos 50 anos do festival. Enquanto a primeira focou em mostras competitivas, esta segunda será a vez das não-competitivas e de eventos festivos.
Com 340 mil inscrições e quase 2,7 mil profissionais de cinema participando, a 50ª edição do Festival Internacional de Cinema de Roterdã inclui mais de 570 longas, médias e curtas-metragens de quase 90 países.