Na audiência desta manhã – fora da agenda – no Palácio Apostólico do Vaticano, o Papa e Massimo Gandolfini falaram sobre as questões referentes a defesa da vida, portanto sobre o aborto, a desnatalidade e, sobretudo, sobre a prática já definida como “aberrante” da barriga de aluguel. Francisco recebeu o neurocirurgião, líder do “Family Day”, recentemente nomeado consultor antidrogas do governo italiano, por cerca de 10 a 15 minutos, juntamente com sua esposa e suas netas de 8 e 10 anos, que entregaram ao Pontífice um desenho. “Esta é a terceira vez que o Santo Padre me recebe”, disse Gandolfini ao Vatican News. “Eu sempre vou para apresentar a manifestação pública pela vida que acontece em maio, com uma marcha pelas ruas de Roma. Este ano, também, ele me recebeu…”.
O Papa demonstrou “afeto”, “delicadeza” e “cordialidade” com o professor, como ele mesmo relata, e demonstrou apoio à sua ação realizada há vários anos, muitas vezes também criticada e objeto de ataques pessoais. “Ele me disse: vá em frente. Isso me deu muita satisfação e, acima de tudo, me encorajou em uma missão que não é fácil”, ou seja, a de “trazer de volta a beleza da gestação, da procriação, a beleza da vida, do ponto de vista cultural e se opor às ideologias que estão tentando minar os grandes valores antropológicos e cristãos.
“Hoje, defender a vida desde a concepção até a morte natural e a família é um combate cultural pesado”, comenta Gandolfini. O que ele chama de “batalhas pela vida” e o próprio Family Day, de acordo com várias visões sociais e políticas, são ações impulsionadas por ideologias. “Uma coisa que eu disse ao Santo Padre”, conta o professor sobre esse ponto, “é que nos faz sofrer e nos deixa perplexos o fato de que essas questões que visam o bem da pessoa, do homem, da mulher, da humanidade, tenham se tornado um jogo de oposições políticas, oposições partidárias. Nós – acrescenta – achamos isso muito errado, porque quando se trata de dizer vamos colocar o bem-estar da criança, o bem-estar da família, no centro, todos nós deveríamos estar de acordo! Como isso significa o bem comum da sociedade, estamos realizando uma ação predominantemente cultural, voltada para as novas gerações. Nós, os veteranos, de fato, talvez ainda tenhamos algumas boas ideias, mas as novas gerações se tornam assustadoras quando são doutrinadas com ideologias anti-humanas”.
Com relação aos tópicos abordados na breve conversa com o Papa, Gandolfini explica que mencionou a questão da barriga de aluguel, sobre a qual o próprio Pontífice havia falado em seu discurso de 9 de janeiro ao Corpo Diplomático na Santa Sé, pedindo uma ação internacional para abolir a prática. Um convite reiterado hoje por Francisco, que expressou sua “preocupação” pessoal sobre o assunto. “Eu disse a ele”, contou o neurocirurgião, “que estamos trabalhando muito nisso em nível italiano e europeu”.