Brasil ganhou, nesta quarta-feira (29), mais um nome marcante no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria: o do arcebispo emérito de Olinda e Recife, Dom Hélder Câmara (1909–1999). A homenagem foi oficializada por meio da Lei nº 15.242, sancionada pelo presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), e publicada no Diário Oficial da União.
A honraria reconhece figuras que dedicaram suas vidas à construção de um país mais justo, humano e solidário. O livro, criado em 1992, reúne em páginas de aço nomes e trajetórias de personalidades que marcaram a história nacional. Considerado Patrimônio Cultural Material Brasileiro, ele está em exposição permanente no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
A inclusão de Dom Hélder foi proposta pelo senador pernambucano Fernando Dueire (MDB) e aprovada pelo Congresso Nacional em 2023.
Cearense de nascimento e pernambucano de coração, Dom Hélder Câmara foi um dos líderes religiosos mais influentes do século XX. Conhecido por sua atuação firme em defesa dos direitos humanos, da democracia e dos pobres, enfrentou o autoritarismo da ditadura militar (1964–1985) com palavras de fé e resistência.
Arcebispo de Olinda e Recife por mais de duas décadas, ele se tornou símbolo de uma Igreja comprometida com os mais vulneráveis, que acreditava no poder da educação, da solidariedade e do diálogo como caminhos de transformação social.
Dom Hélder também foi um homem de cultura e sensibilidade, autor de mais de 7 mil poesias, e chegou a ser indicado ao Prêmio Nobel da Paz, em 1990, pela campanha Ano 2000 Sem Miséria, que sonhava com o fim da fome no mun
A inclusão de Dom Hélder Câmara no Livro dos Heróis da Pátria é mais do que uma homenagem póstuma — é um convite à reflexão. Sua trajetória inspira professores, estudantes e cidadãos a acreditarem no poder da empatia, da justiça e da educação como ferramentas de transformação.
Como costumava dizer Dom Hélder:
“Quando sonho sozinho, é só um sonho. Quando sonhamos juntos, é o começo da realidade.”
