Durante a catequese desta quarta-feira (15), aos milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro, Francisco enfatizou que “o Evangelho ainda é esperado nos dias atuais, e a humanidade de todos os tempos necessita do seu anúncio”.
“Após falar sobre diversas testemunhas do anúncio do Evangelho, proponho, como síntese destas catequeses sobre o zelo apostólico, quatro pontos baseados na Exortação Apostólica Evangelii gaudium, que completa neste mês dez anos. O primeiro ponto, que examinamos hoje, só pode dizer respeito à atitude da qual depende a substância do gesto evangelizador: a alegria.”
Com estas palavras, Francisco iniciou sua catequese durante a Audiência Geral desta quarta-feira (15). Diante dos fiéis reunidos na Praça São Pedro, o Papa enfatizou que “a mensagem cristã, conforme ouvimos nas palavras do anjo aos pastores, é o anúncio de uma ‘grande alegria'”.
“E qual é o motivo dessa grande alegria? Uma boa notícia, uma surpresa, um belo acontecimento?”, questionou o Pontífice, para então responder: “É muito mais do que isso, é uma Pessoa: Jesus! Ele é o Deus feito homem que nos ama sempre, que deu sua vida por nós e deseja nos conceder a vida eterna! Ele é o nosso Evangelho, a fonte de uma alegria perene!”
“Ou proclamamos Jesus com alegria, ou não o proclamamos, porque qualquer outra forma de anunciá-Lo não é capaz de trazer a verdadeira realidade de Jesus.”
Em seguida, o Papa faz um alerta aos fiéis: “um cristão que está descontente, triste, insatisfeito ou, pior ainda, ressentido e rancoroso não tem credibilidade”. Segundo Francisco, a evangelização funciona de forma gratuita, porque vem da plenitude, não da pressão.
O Papa enfatizou que “quando se evangeliza com base em ideologias, isso não é evangelizar, isso não é o Evangelho. O Evangelho não é uma ideologia: o Evangelho é um anúncio de alegria. As ideologias são frias, todas elas. O Evangelho tem o calor da alegria. As ideologias não sabem sorrir, o Evangelho é um sorriso, ele faz você sorrir porque toca sua alma com a Boa Nova”, sublinhou Francisco.
“Portanto, os primeiros a serem evangelizados somos nós, os cristãos, e isso é muito importante”, lembrou o Pontífice. Mesmo quando frequentemente nos encontramos imersos no ritmo acelerado e confuso do mundo atual, “também podemos nos ver vivendo a fé com um sutil senso de renúncia, convencidos de que o Evangelho não é mais ouvido e que não vale mais a pena o esforço de proclamá-lo”.
“Podemos até ser tentados pela ideia de deixar os ‘outros’ seguirem seu próprio caminho. Em vez disso, este é exatamente o momento de voltar ao Evangelho para descobrir que Cristo é sempre jovem, é sempre uma fonte constante de novidade.”
O Papa destacou que o Evangelho ainda é esperado nos dias atuais, e a humanidade de todos os tempos necessita do seu anúncio, inclusive a civilização imersa na descrença planejada e na secularidade institucionalizada. Especialmente em uma sociedade que negligencia os espaços do sentimento religioso, o Evangelho é aguardado.
Na conclusão da catequese, o Papa convidou cada cristão a renovar seu encontro pessoal com Jesus Cristo:
“Não nos esqueçamos disso. E se algum de nós não perceber essa alegria, perguntemos a nós mesmos se encontramos Jesus. É uma alegria interior. O Evangelho percorre o caminho da alegria, sempre, é o grande anúncio. Convido todos os cristãos, em qualquer lugar e situação em que se encontrem, a renovar seu encontro pessoal com Jesus Cristo hoje. Que cada um de nós, neste dia, pare um pouco e pense: Jesus, Tu estás dentro de mim: quero encontrá-Lo todos os dias. Tu és uma Pessoa, não uma ideia; Tu és um companheiro, não um programa. Tu és o Amor que resolve tantos problemas. Tu és o início da evangelização. Tu, Jesus, és a fonte da alegria.”