O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu nesta segunda-feira (24/11) o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Pedagógica de Maputo e afirmou, emocionado, que aos 80 anos não imaginava viver uma homenagem tão significativa. Ele destacou que, apesar de já possuir outras honrarias, nenhuma o tocou tanto quanto a recebida em Moçambique.
Lula ressaltou a relação histórica com o país africano, lembrando sua primeira visita em 2003 e afirmando sentir ali um forte “sentido de fraternidade”. Segundo ele, Brasil e Moçambique compartilham uma irmandade construída pela luta, pela cultura e pelo sonho de liberdade.
O presidente enfatizou que o Brasil deve ao continente africano parte fundamental de sua identidade — como a cor, a música e a alegria — e afirmou que sempre se sente “voltando para casa” quando retorna à África.
Durante o discurso, Lula dedicou grande atenção ao papel da educação no desenvolvimento e na democracia. Ele elogiou o investimento de Moçambique na formação de professores e destacou a influência de Paulo Freire, afirmando que a educação deve ser libertadora e ensinar a “ler o mundo”.
Por fim, o presidente mencionou que o Brasil saiu novamente do Mapa da Fome da ONU em 2025, após ter retornado em 2023. Para ele, a fome não é causada pela escassez de alimentos, mas pela falta de justiça em sistemas que concentram renda e oportunidades.
