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Nos bastidores, articulação discreta define duas vices para Lucas e Cícero

As articulações para a formação das chapas que disputarão o Governo da Paraíba em 2026 avançam nos bastidores com muito mais velocidade do que admitem publicamente os líderes partidários.

Apesar do discurso ensaiado de que qualquer definição só virá “no tempo certo”, duas mulheres já se movimentam como peças centrais nesse xadrez político: Cida Ramos (PT) e Juliana Cunha Lima (PSD).

Segundo fontes influentes e profundamente inseridas nos dois principais blocos políticos do estado, as conversas estão quentes, contínuas e em estágio avançado. A despeito da narrativa oficial de que a escolha só será feita na segunda metade de 2026, a sinalização interna é clara: Lucas Ribeiro (PP) e Cícero Lucena (MDB) já trabalham com Cida e Juliana como nomes preferenciais para compor suas chapas.

A possível indicação de Juliana Cunha Lima, psicóloga e figura com perfil político alinhado à direita, teria impacto imediato na campanha de Cícero Lucena. Além de fortalecer o compromisso do prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima, seu esposo, com a candidatura, Juliana abriria uma porta decisiva para atrair o eleitorado bolsonarista — ainda numeroso, orgânico e mobilizado na Paraíba.

Na outra ponta do espectro ideológico, a entrada de Cida Ramos na chapa de Lucas Ribeiro representaria uma guinada simbólica e estratégica. Assistente social, deputada atuante, militante histórica da esquerda e primeira mulher a presidir o PT na Paraíba, Cida traria para Lucas um elemento importante na sua campanha: a presença ostensiva de Lula e do lulismo no palanque, reforçando a musculatura progressista da campanha e balanceando a postura centrista tradicionalmente assumida pela senadora Daniella Ribeiro e o deputado Agnaldo Ribeiro.

Há ainda um componente crucial que passa quase despercebido nos discursos oficiais, mas não nos cálculos internos: o eleitorado feminino, que é hoje maioria absoluta no estado( perto de 55%).

Se confirmadas como vices, Cida Ramos e Juliana Cunha Lima protagonizarão uma disputa inédita: duas mulheres com trajetórias, ideologias e histórias de vida radicalmente distintas, disputando não apenas a vice-governadoria, mas a conexão direta com as mulheres paraibanas, que devem exercer influência decisiva no próximo pleito.

Enquanto isso, nos corredores da política paraibana, a temperatura segue alta. E tende a esquentar ainda mais.

Por: Vanildo Silva
Jornalista-editor do BOA NOTÍCIA PB