Por décadas, Yoko Ono foi injustamente apontada como responsável pelo fim dos Beatles, estigma que ofuscou sua trajetória como artista inovadora. A nova biografia de David Sheff, publicada pela Sextante, busca mudar essa narrativa, apresentando Yoko como protagonista de sua própria história.
Amigo da família Ono-Lennon e último jornalista a entrevistar John Lennon antes de sua morte, Sheff revela detalhes inéditos da infância de Yoko, marcada pelo bombardeio de Tóquio, e sua consolidação no cenário artístico de Nova York. Ele também questiona a narrativa do fim dos Beatles, mostrando que Lennon só permaneceu na banda graças ao apoio da artista em momentos de depressão e dependência química.
O livro destaca ainda sua produção nas artes visuais e performáticas, sua abordagem interativa e visceral, e sua atuação em temas como paz, guerra, deslocamento e gênero. A obra acompanha a relação com Lennon, o ativismo político do casal e a missão de Yoko em preservar o legado do músico após o assassinato.
Aos 92 anos, Yoko Ono vive reclusa em sua fazenda, enquanto Sean Lennon administra os negócios da família. Para Sheff, é hora de reconhecer: Yoko Ono não é apenas uma nota de rodapé na história dos Beatles, mas uma protagonista de seu próprio tempo.