O ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus estão cada vez mais próximos de uma condenação por tentativa de golpe de Estado. A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) já tem dois votos pela punição do grupo: o do relator Alexandre de Moraes e o do ministro Flávio Dino. O próximo voto, do ministro Luiz Fux, está previsto para esta quarta-feira.
Em um voto duro, Moraes apontou Bolsonaro como líder de uma organização criminosa que tentou impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva em 2023. Segundo o ministro, o ex-chefe do Executivo tinha um projeto autoritário de poder e utilizou a estrutura do Estado para implementar sua estratégia. Para Moraes, os atos de 8 de janeiro foram a “conclusão” de um plano articulado desde 2021.
Além de Bolsonaro, também são réus os ex-ministros Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Anderson Torres; o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ); o ex-comandante da Marinha Almir Garnier; e o tenente-coronel Mauro Cid. O relator destacou que o grupo atuou para colocar a população contra as instituições democráticas, buscando desacreditar as urnas eletrônicas e questionar o sistema eleitoral.
Moraes ainda citou 13 pontos que comprovam a ação orquestrada para o golpe e se referiu a Bolsonaro diversas vezes como “líder da organização criminosa”. Ele mencionou o plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa até o assassinato de autoridades, reforçando que havia conhecimento e anuência do ex-presidente na trama, confirmados em áudios apresentados nos autos.
