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“Outros Feras existirão, mas não com tanta garra com que vocês enfrentaram esses percalços de uma Pandemia”, ressalta professor em discurso-aula da saudade

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Em noite memorável e histórica – 22 de dezembro  – na Capela do Colégio Imaculada Conceição (DAMAS), em Campina Grande, sob a atmosfera protocolar de “AULA DA SAUDADE” para os feras 2020, o professor-mestre em linguística Raniere Marques, escalado para discursar, evocou e sublinhou a gana, dedicação e a entrega dos diretores, professores, pais, sobretudo dos alunos, às aulas home-off, durante a pandemia da Covid-19, que apontou para um novo modelo de educação remota no planeta.

Desfrute, abaixo, e depois compartilhe, o primoroso texto-elóquio do professor de linguagem Raniere Marques.

Boa noite a todos e a todas!

Quero, primeiramente, agradecer a Deus pelo dom da vida… Pela oportunidade de, nesta noite de saudades e de memórias, representar a tão competente equipe de educadores do Colégio Imaculada Conceição. Nesse momento, minha voz/meu discurso carregará um pouco de cada um que passou na vida de vocês ao longo da trajetória escolar.

Agradeço às religiosas desta casa, as quais, sacrificando-se e consagrando-se inteiramente à juventude, deixaram marcas indeléveis de seu carisma em nossas aulas e em nossas vivências. Enquanto professores, buscamos sempre ter em nossa essência um coração humanizado e humanizador à semelhança da nossa fundadora Madre Agathe Verhelle.

Aos pais e aos responsáveis, com os quais faço coro, porque, também, acredito na proposta desta escola, quando confiei minhas duas filhas a esta casa que não só gera resultados para toda vida, mas também, Revela a face atual do Cristo Educador. Enquanto professor, quero agradecer aos senhores e às senhoras por todo apoio, pelo reconhecimento, pela excelente educação formal que esses meninos e meninas demonstraram durante esses anos escolares. Ora, e se eles são foram filhos brilhantes e alunos fascinantes é porque, certamente, eles têm esse exemplo em casa. Obrigado por compartilhar conosco esta missão que é educar. Nós não teríamos conseguido sem esse apoio!

E, agora, aos meus feras! Aos meus alunos e alunas…

Não, não imaginávamos que aquele toque de saída de 18 de março seria o último que escutaríamos neste ano. Era Terça e pensei. Segunda, talvez, voltaremos todos! Ledo engano! Que ano, einh? Que ano desafiador!

Ao dirigir-me a vocês, as palavras que me vêm à mente são de Parabéns, de reconhecimento e de Gratidão. Vejam esta frase de nossa fundadora, Madre Agathe Verhelle “sempre podemos mais do que imaginamos”.

Foi isto o que vocês fizeram ao longo desta 3ª série. Em um ano cheio de sonhos e de desafios, vocês se adaptaram, prepararam-se, reinventaram-se, também, juntamente conosco. Mas, em alguns momentos, o chat se calou, as câmeras e microfones se fecharam, Confesso: era desesperador. Mas os corações se abriram. Vocês acolheram com dignidade humana cada professor. Eu também fui acolhido pelas orações e mensagens quando estive enfermo. E por isso agradeço de coração! Vocês desenvolveram paciência conosco, com os links, com as infinitas atividades, e com os inúmeros recados no mural. Conheceram mais “de perto” as nossas casas, Esther e Sophia! Souberam acolher, com muita ética e solidariedade humana, os possíveis erros de gravação. Vocês fizeram homenagens que ficarão eternizadas para toda a vida. Sim, outros Feras existirão, mas não com tanta garra com que vocês enfrentaram esses percalços de uma Pandemia que nos afastou fisicamente, e, ao mesmo tempo, aproximou-nos emocionalmente.

E, nesse misto de incertezas e de medos, a cada bom dia ou boa tarde, nos sobressaía uma nova força para fazermos mais e melhor! Vocês nos impulsionaram a continuar na nossa missão, a não desistir. E assim foi! O ano acabou! Estão prontos para uma nova jornada!

Mas os laços de afeto construídos serão laços para toda a vida, afinal: somos gente que faz a diferença!

E quanto ao lema estandartizado na camisa de vocês? Superação dos limites do inalcançável.

Mas como se supera os limites daquilo que não se alcança? Como ser, então, construtor da utopia? A utopia se constrói? Como, se ela aponta para um não lugar, para aquilo que não existe na realidade? Pois bem, esse raciocínio aparentemente paradoxal nos intriga a pensar que superar o inalcançável e ser construtor da utopia não constitui um paradoxo, mas uma relação coerente de esforço e de realização, atitude que deveremos desenvolver todos os dias daqui para frente!

 E agora, por fim, com essa fusão de saudade e de boas lembranças, podemos dizer como o apóstolo S. Paulo, “Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé.” Guardemos a fé, sobretudo, nas vitórias que virão e em dias melhores.

“Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.” Amo vocês!!

*BOA NOTÍCIA PB
Editor, jornalista Vanildo Silva