Foi divulgada, nesta quinta-feira (02/03), a mensagem de vídeo do Papa Francisco com as intenções de oração para o mês de março. A mensagem deste mês é dirigida a todos aqueles que foram vítimas de abuso. “Diante dos abusos, especialmente aqueles cometidos por membros da Igreja, não basta pedir perdão”, diz o Papa.
Pedir perdão é necessário, mas não é suficiente. Pedir perdão é bom para as vítimas, porque são elas que devem estar “no centro” de tudo. A sua dor, os seus danos psicológicos podem começar a cicatrizar se encontrarem respostas; ações concretas para reparar os horrores que sofreram e evitar que se repitam.
A preocupação do Papa Francisco com as vítimas e seu apelo para trazer o drama do abuso à superfície é acompanhado este mês por um Vídeo que a Rede Mundial de Oração do Papa produziu com o artista italiano Hermes Mangialardo. É uma história com um forte conteúdo simbólico, brincando com a comparação entre a luz e as trevas, que fala da singularidade de cada vida e do profundo sofrimento causado pela violência. Nas paredes de uma casa escura, onde cortinas afastam o sol, há pinturas retratando flores, que murcham justamente por causa da falta de luz. São pinturas de diferentes tipos e cores – algumas já prontas, em detalhes, outras mal desenhadas em traços infantis – colocadas nos diferentes cômodos da casa: o quarto das crianças, o canto esportivo, a sala de estar. Todos os cômodos, tão diferentes uns dos outros, têm em comum a escuridão que os domina, até que as cortinas da sala se rasgam e finalmente permitem que a luz entre: os raios do sol não só iluminam a casa, mas também permitem que aquelas flores feridas – que nem mesmo a moldura e o vidro conseguiram proteger da violência que penetrou profundamente em seus corações – voltem à vida e lentamente comecem a se levantar novamente, levando consigo suas feridas.
A Igreja não pode tentar esconder a tragédia dos abusos, quaisquer que sejam. Nem quando os abusos ocorrem nas famílias, em clubes, ou noutro tipo de instituições. A Igreja deve ser um exemplo para ajudar a resolvê-los, tornando-os conhecidos na sociedade e nas famílias. É a Igreja que tem de oferecer espaços seguros para ouvir as vítimas, acompanhá-las psicologicamente e protegê-las.
“Rezemos pelos que sofrem por causa do mal cometido pelos membros da comunidade eclesial: para que encontrem na própria Igreja uma resposta concreta às suas dores e aos seus sofrimentos”, conclui o Papa.
*Com informações do Vatican News