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PEDRO e PAULO devem ser inspiração do Católico, exorta Papa Francisco

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O Papa Francisco presidiu, quinta-feira, 29 de junho, a Solenidade dos Santos Pedro e Paulo. No Brasil, a data será celebrada no próximo domingo, 2 de julho. Na celebração, o Papa abençoou os pálios, insígnia de lã branca que é usada pelos arcebispos, e que depois serão impostos pelo núncio apostólico na arquidiocese, junto à comunidade local. Em sua homilia, o pontífice motivou os arcebispos a serem como Pedro e Paulo: discípulos no seguimento e apóstolos no anúncio.

Entre os 32 arcebispos convidados para a celebração, participaram dois brasileiros: dom José Carlos Souza Campos, de Montes Claros (MG), e dom Juarez Sousa da Silva, de Teresina (PI). O arcebispo eleito de Olinda e Recife (PE) e segundo vice-presidente da CNBB, dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa, não pôde participar, mas receberá o pálio das mãos do núncio apostólico.

Dom José Carlos ainda definirá a data da imposição do pálio e expressou a comunhão e o desejo de construir com “uma união que seja testemunhal e bonita, que nos aponte a todos como discípulos do Senhor Jesus. Comunhão que se vive na nossa Igreja arquidiocesana, comunhão que se vive na nossa província”.

Em Teresina, a imposição do pálio está marcada para 15 de setembro. Dom Juarez falou do “sentimento profundamente eclesial e sinodal” que “significa uma comunhão com o Papa Francisco e com a Igreja”. Para ele, “esse paramento também reforça a unidade que deve haver em nossa província eclesiástica de Teresina. Tudo isso é um momento de benção e de graça, vivenciando a experiência e construindo o Reino de Deus superando todas as adversidades”, disse dom Juarez.

Seguimento e anúncio

Em sua homilia, Francisco se inspirou na pergunta que Jesus dirige aos discípulos, contida no Evangelho de Mateus: “Vós, quem dizeis que Eu sou?” (Mt 16, 15). Para o Pontífice, esta é a pergunta fundamental, a mais importante: Quem é Jesus para mim? Os dois Apóstolos responderam a esta pergunta de modo diferente, mas as respostas se resumem ao seguimento e ao anúncio.

Seguimento

A resposta de Pedro poderia resumir-se na palavra seguimento. Pedro largou tudo para ir atrás do Senhor. E o Evangelho sublinha que foi “imediatamente”, não disse a Jesus que iria pensar, fazer cálculos para ver se lhe convinha, não apresentou desculpas para adiar a decisão, mas deixou as redes e O seguiu. Haveria de descobrir tudo dia após dia, no seguimento de Jesus.

Aquela anotação “imediatamente”, acrescentou o Papa, vale também para nós: se há tantas coisas na vida que podemos adiar, o seguimento de Jesus não pode ser uma delas. E atenção! Pois algumas desculpas aparecem disfarçadas de espiritualidade, como “não sou digno”, “não sou capaz”. Para Francisco, são artimanhas do diabo, que nos rouba a confiança na graça de Deus. A lição de Pedro, portanto, é: devemos nos desprender de nossas seguranças terrenas, imediatamente, e seguir Jesus todos os dias.

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Já a resposta de Paulo se resume na palavra anúncio. No caminho de Damasco, Jesus foi ao seu encontro e cegou-o com a sua luz, ou melhor, graças àquela luz, Saulo deu-se conta de quanto era cego. Assim, consagra a sua vida a percorrer terra e mar, cidades e aldeias, para anunciar Jesus Cristo.

Portanto, à pergunta “quem é Jesus para mim”, Paulo não responde com uma religiosidade intimista, mas com a inquietação de levar o Evangelho aos outros. Também hoje, observou o Papa, a Igreja tem necessidade de colocar o anúncio no centro, que não se cansa de repetir: “Ai de mim se eu não evangelizar”. Uma Igreja que precisa anunciar como necessita de oxigênio para respirar.

Francisco exortou os fiéis a se inspirarem nos Apóstolos Pedro e Paulo para crescer como Igreja do seguimento, como Igreja humilde que nunca dá por terminada a busca do Senhor, tornando-se simultaneamente uma Igreja aberta, que encontra a sua alegria não nas coisas do mundo, mas no anúncio do Evangelho ao mundo.

Como Pedro e Paulo

Dirigindo-se aos Arcebispos que recebem o Pálio, pede que sejam apóstolos como Pedro e Paulo, discípulos no seguimento e apóstolos no anúncio. Por fim, o Pontífice saudou a Delegação do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, enviada por Bartolomeu. “Obrigado pela presença! Caminhemos juntos, no seguimento e no anúncio da Palavra, crescendo na fraternidade. Que Pedro e Paulo nos acompanhem e intercedam por nós.”

*Com informações da CNBB