Para a reflexão desta quinta-feira (20), Dia Nacional da Consciência Negra, destacamos aspectos essenciais da vida e da obra de um dos mais importantes escritores brasileiros, cuja coragem literária enfrentou o racismo estrutural e desmontou o mito da chamada “democracia racial” propagada pela elite branca e escravocrata de sua época.
Lima Barreto destacou-se não apenas como um dos maiores escritores brasileiros, mas também como um jornalista combativo, cuja obra enfrentou de forma direta e corajosa o racismo estrutural da sociedade brasileira. Seus textos denunciaram a exclusão racial, a hipocrisia das elites e a falsa ideia de democracia racial que permeava a Primeira República.
Como jornalista, publicou crônicas e artigos em jornais importantes do Rio de Janeiro, aproximando a escrita da realidade cotidiana. Utilizou a imprensa como arma crítica, sempre em defesa dos mais pobres, dos trabalhadores e, principalmente, da população negra, que sofria com a marginalização constante.
Sua atuação literária também foi profundamente marcada pela denúncia. Em obras como Clara dos Anjos e Recordações do Escrivão Isaías Caminha, expôs de maneira direta o racismo institucional, as barreiras impostas pela cor da pele e o preconceito disfarçado sob uma aparência de civilidade. Lima Barreto rompeu com o elitismo literário ao utilizar linguagem simples e personagens do povo.

O impacto de sua escrita permanece atual. Lima Barreto é lembrado como uma das vozes mais importantes da literatura negra brasileira, alguém que escreveu com coragem, sensibilidade e indignação diante das injustiças que testemunhava diariamente

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Biografia: Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu em 13 de maio de 1881, no Rio de Janeiro. Cresceu em uma família humilde, enfrentando desde cedo dificuldades financeiras e emocionais. Abandonou os estudos de engenharia para sustentar a família e dedicou sua vida ao jornalismo e à literatura. Viveu sob intensa pressão social, marcada pelo racismo, pela pobreza e pelo alcoolismo. Morreu jovem, aos 41 anos, em 1º de novembro de 1922, deixando uma obra poderosa e profundamente crítica da sociedade brasileira.
Por: Vanildo Silva. Jornalista-editor do BOA NOTÍCIA PB