De todas as 69 universidades federais do Brasil, só a Universidade de Brasília (UnB) não tem a palavra “federal” no nome. Essa não é a única peculiaridade da instituição. Inaugurada há 60 anos, em 21 de abril de 1962, a UnB se destacou ao longo desse tempo por introduzir uma série de inovações na educação brasileira.
Em 2003, foi a primeira universidade federal a criar cotas raciais na seleção dos estudantes. Houve resistências. Uma ação levada ao Supremo Tribunal Federal (STF) tentou derrubar a política. Posteriormente, contudo, o sucesso seria reconhecido. A Lei de Cotas, aprovada em 2012, estendeu a regra a todas as universidades e escolas técnicas do governo federal.
Em 2006, a UnB foi uma das primeiras universidades a organizar um vestibular exclusivo para estudantes indígenas, grupo para o qual o ensino superior era praticamente inalcançável.
Na década anterior, em 1996, havia sido uma das pioneiras na adoção da avaliação seriada, uma alternativa ao vestibular tradicional. Em vez de um único exame, o vestibulando da UnB tem a possibilidade de submeter-se a três provas no decorrer do ensino médio. A pressão diminui, e ele pode medir seu desempenho entre uma prova e outra e sanar as deficiências.
A avaliação seriada da UnB, além disso, recorre à interdisciplinaridade e afere certas competências e habilidades dos estudantes, sem exigir informações enciclopédicas e “decoreba” de datas e fórmulas. Por causa dessa característica, foi uma das inspirações do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), criado em 1998.
Fonte: Agência Senado